Márcia Sanchez Luz

O Post Blog, agradece desde já, a disposição e o carinho que Márcia Sanchez Luz nos dedica. Ela é amiga das antigas, desde Blocos, sempre abrilhantando, colaborando e disponibilizando afeto nos momentos mais difíceis. Márcia é poeta, empresária, pedagoga, psicóloga, tradutora e mãe de família. Arte nas veias!

Post Blog— Sabemos que hoje você se divide em várias Márcias: mãe, avó, empresária. Existe uma clara divisão, na hora da criação entre essas Márcias ou a poesia ultrapassa qualquer universo?

Márcia Sanchez— A divisão não é – e creio ser improvável – tão clara, até porque somos unos. Não  concebo a ideia de divisão entre o que somos, mesmo que em diferentes momentos estejamos exercendo diferentes “eus”… Assim, enquanto mãe, avó e empresária, não deixo de ser  poeta, já que respiro e transpiro poesia o tempo todo. Ser mãe é pura poesia, pois que exercício de paciência, coragem para dizer “Nao” por amor, sensibilidade e empatia. Ser avó é mágico e transcende, vai além de tudo o que se pode esperar na vida. Estar em contato direto com pessoas me aguça a poesia e a psicologia. Como não existo sem a poesia (ela e eu coexistimos desde sempre), não consigo me dividir frente às diversas funções exercidas.

Post Blog— Você ama sonetos.  O que fez você mergulhar nessas águas tão profundas?

Márcia Sanchez— Meu amor pelos sonetos vem de longa data, quando ainda criança, por volta dos 9 anos, adorava recitá-los, mesmo sem saber diferenciá-los de outras formas poéticas. Acho que nasci rebelde… nunca gostei de seguir padrões, fossem eles de qualquer esfera… Sempre escrevi poemas – quando ainda não sabia escrever eu os pensava…  Acabei por mergulhar de cabeça nos sonetos após a publicação de meu primeiro livro, num momento em que escrevê-los era meio que nadar contra a corrente… rebeldia pouca é bobagem, né não? (risos).

Post Blog— A geminiana Márcia com seu mundo diverso encontra inspiração em que parte do dia? Qual melhor momento para criar suas poesias?

Márcia Sanchez— A inspiração vem de repente, até mesmo num sonho, em algo que vejo ou que ouço. Se a poesia surge e grita para ser materializada, paro tudo e a coloco no papel. Hoje em dia tenho necessidade, mais do que nunca, de absoluto silêncio para trabalhá-la!

Post Blog— Quando você descobriu que a poesia era uma de suas asas? Qual seu autor de inspiração?

Márcia Sanchez— Desde que me dei conta de minha existência. Respiro e transpiro poesia! Fernando Pessoa, Vinicius de Moraes e Chico Buarque sempre me inspiraram e tocam profundamente. Não poderia deixar de falar de Leila Míccolis e Airo Zamoner, que me incentivaram e orientaram (Leila segue me orientando) na arte do soneto.

Post Blog— Quantos livros publicados? Qual o primeiro?

Márcia Sanchez— Três livros solo e diversas antologias, algumas com sonetos e trovas premiadas. No verde dos teus olhos é o primeiro. Pela Editora: PROTEXTO
ISBN: 8578280024
ISBN13: 9788578280024
Edição: 1ª Edição – 2007
Número de Páginas: 144
Acabamento: BROCHURA

Post Blog— Existe algo que te faça distanciar-se do poema ou perder-se da poesia? Fale dos períodos secos, sem palavras, sem forma, sem cor:

Márcia Sanchez— Preciso do silêncio para encontrar a poesia. Caso haja interferência externa o bloqueio é imediato. Os períodos secos são raros, mas quando chegam são devastadores e custam a passar. Duram décadas! Por vezes sinto que morri por dentro e isso me assusta. Mesmo assim, sempre que surge um verso trato de anotar rapidinho para depois dar continuidade a ele, o que pode levar muito tempo. Pra você ter uma ideia, a gestação do último soneto levou 9 anos! Mas faz parte em se tratando de inspiração e arte…

Post Blog— A Márcia empresária reconhece a poesia nas suas atividades dentro da loja, quando atende um cliente, quando escolhe produtos pra loja, quando vai pra casa e percebe que o dia valeu a pena? Como a poesia surge nesse ambiente? Você anota e depois escreve ou tem que ser algo imediato?

Márcia Sanchez— A Márcia empresária, poeta, psicóloga, pedagoga, tradutora e todas as outras que em mim habitam não se separam… andam juntas de forma simbiótica. De todo modo, o que prevalece é a poesia…

Post Blog— A Márcia avó, passou a ser mais poeta que a Márcia mãe? Qual a diferença da poesia inspirada num filho e a que é inspirada num neto?

Márcia Sanchez— Você acredita que não? A vinda de minha neta me encantou… o amor que tenho por ela é tão grande que nenhum poema chega aos pés de tamanho sentimento! O mesmo acontece com meu neto… É bem estranho isso!

Post Blog—  Qual poema de sua autoria melhor te descreve?

Márcia Sanchez— Lua negra se aproxima mais de quem sou, mas há outros também. Para facilitar sua pesquisa, segue o soneto:

Amo demais que até ferida brota
na cálida, escondida lua negra
dos meus delírios (dor que desintegra
calma desnuda em chuva de gaivota).

Os olhos choram mares, geram grotas,
fabricam densa nuvem que se integra
ao corpo equivocado pela entrega
sofrida num adeus desfeito em gotas.

Amo demais, eu sei, mas o que faço
se de outro jeito não conheço o amor?
A minha sina é nunca combater

o que me atrai e gera descompasso.
Se por um lado existe o dissabor,
tenho da vida a flor que vi nascer.

Post Blog— Em quais mídias podemos encontrar a Márcia Sanchez Luz?

Márcia Sanchez— Em meus blogs, a saber:

O Imaginário- poemas de Márcia Sanchez Luz
Márcia Sanchez Luz
Repercussão Literária- fortuna crítica da obra de Márcia Sanchez Luz
Facebook: Márcia Sanchez Luz e página Quero-te ao som do silêncio!
Instagram
Blocos online
Editora Protesto
Mona Dorf – Letras &Leituras
Cicero Melo – os poetas explodem
Salmo Vasconcelos – Jornal Rondônia
Rogel Samuel
Diversos blogs e sites

Post Blog— Qual pergunta eu não fiz que você gostaria que eu tivesse feito?

Márcia Sanchez— Amei suas perguntas, querida! Nada a acrescentar, está perfeito!

Obrigada por seu carinho.

Márcia Sanchez Luz é entrevistada por José Nunes De Cerqueira Neto

Entrevista a Luiz Eduardo Caminha, que nos deixou há alguns anos…

2 comentários

  1. Queridos Urha e Mônica, fiquei tão feliz com a deliciosa e prazerosa entrevista que acabei divulgando sem ao menos deixar meu comentário aqui, apesar de ter agradecido a vocês em pvt. Que Deus abençoe a família Blocos (da qual me sinto membro desde que conheci a Leila Míccolis e nos tornamos grandes amigas). Beijos e meu carinho.

  2. Márcia, você sempre linda, afetuosa e á vontade, nesta excelente entrevista, que mostra bem seu perfil e seu comprometimento perante a vida e a poesia. Adorei.

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