A leitura nos dias de hoje

Não é todo dia que esbarramos em pessoas que gostam de ler. Apesar de o YouTube estar cheio de pessoas que falam de livros, o que vemos na realidade, é um público que gosta de assistir a quem fala sobre livros. Na hora de ler, de pegar um calhamaço e navegar nas páginas de um livro clássico, por exemplo, cadê o leitor? Num mundo cheio de tanta tecnologia, há que entender que as pessoas não querem seguir a história devagar, aproveitando cada página, cada aventura, se elas podem chegar na Internet e encontrar áudio-books, pessoas dando spoiler sobre a história e até falando sobre o final da obra… Triste. Porém, o que as pessoas não sabem é que, um livro só é bem entendido quando lido por inteiro. Temos que pegar a personagem e caminhar do início ao fim e quando chegarmos ao final, podermos falar, o que fez com que aquela figura caminhasse de A até B, com todas as demandas que a ela foram impostas pelo autor. Qual foi a intenção de quem escreveu a história? Qual tempo? Qual idade? Qual humor? Qual situação política? Qual vida aquele autor estava experenciando para que aquela história fosse contada daquela maneira? As perguntas são muitas e as respostas podem ser encontradas durante a leitura da obra. Por exemplo, em Madame Bovary, encontramos uma personagem cheia de sonhos, que vai lutar até o fim, literalmente, para conseguir viver as suas fantasias. E, ao final, ela não faz uma reflexão, nem se arrepende de ter vivido o que viveu, a reflexão é do leitor que para sempre, fica com a história na cabeça e antes de fazer algo parecido, vai pensar muito e talvez, não imite os passos da personagem. Livro é isso, tem que ser caminhado, do início ao fim. Só saber em partes, não é saber o todo. É melhor ler aos poucos, devagar e chegar ao fim, do que, mutilar a história.

Dicas de boas leituras clássicas: Drácula, Frankenstein, O médico e o monstro, Madame Bovary, O estrangeiro, Crime e castigo, Moby Dick, O conde de Monte Cristo, O jardim secreto, Memórias Póstumas de Brás Cubas e tantas outras. Tem um contemporâneo que achei lindo: Água Fresca para as flores, de Valérie Perrin, uma leitura fluida, inteligente, bem humorada, inusitada, dramática e cheia de delicadezas, achei um livro poético na maioria das suas falas.

Como se pode ver, a leitura é uma grande amiga.

Costumo dizer: Cultive o amor próprio, leia!

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