FORÇA SEM SUPERPODERES: FERNANDA LIMA E DJAMILA RIBEIRO CONTAM PORQUE PRECISAMOS PARAR DE FALAR QUE MULHERES FORTES DÃO CONTA DE TUDO

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Djamila Ribeiro e Fernanda Lima no Power Trip Summit Marie Claire

O Power Trip Summit é um evento organizado pela revista Marie Claire com o objetivo de juntar, num mesmo lugar, mulheres poderosas e influentes de diversas áreas profissionais para discutir negócios, empoderamento, feminismo e outros assuntos. A segunda edição dele aconteceu entre os dias 25 e 27 de março em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. A The Body Shop esteve presente num Talk Show especial falando sobre o mito da Mulher Maravilha com convidadas incríveis: a apresentadora Fernanda Lima, a filósofa e pesquisadora Djamila Ribeiro e a diretora de marketing da The Body Shop, Karina Meyer. Você pode dar uma olhada nos destaques dessa conversa maravilhosa aqui embaixo!

DJAMILA RIBEIRO E A HUMANIZAÇÃO DA MULHER MARAVILHA

Você pode nunca ter ouvido falar no mito da Mulher Maravilha, mas com certeza já percebeu a pressão feita pela sociedade para que as mulheres consigam cuidar da casa, do trabalho, da família e dos filhos com um sorriso no rosto e a aparência incrível, certo? Nesse caso, você só não conhece a nomenclatura, porque o estereótipo de força de super heroína já chegou por aí. A filósofa Djamila Ribeiro foi brilhante ao comentar sobre essa pressão e sugerir uma solução para o problema: “Falar sobre isso é importante porque a construção que diz que a gente tem que tomar conta do mundo é caracterizada como um elogio. Dizem que a gente dá conta, mas também temos direito de viver e descansar. Fazer faculdade e mestrado sendo mãe, por exemplo, foi difícil para mim, mas eu me recuso a naturalizar esse lugar de força descomunal. Isso é extremamente desumano e violento para nós, porque a gente também quer ser humana, ser cuidada e amada. Também queremos ter nossos momentos de paz e de sossego. Precisamos chegar no entendimento de humanizar as mulheres e perceber que elas não são obrigadas a dar conta de tudo. A partir daí, levar esse entendimento para a sociedade em geral e pensar no Brasil que queremos: um país que seja mais justo e onde a gente não precise gritar para ser ouvida. A escuta é o elemento primordial pra gente conseguir ter empatia e escutar mulheres menos privilegiadas, que passam por essa sobrecarga, de forma qualificada. Uma escuta de afeto pra entender que existem outros mundos, outras realidades e outras mulheres que também querem ter oportunidades. São maravilhosas, mas não querem ser maravilha: querem ter direito a uma vida digna e à humanidade”.

A mediadora e diretora de redação da Marie Claire, Laura Ancona, com Fernanda Lima, Karina Meyer e Djamila Ribeiro

Não podemos negar: o feminismo já chegou longe na nossa sociedade, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido para que a situação das mulheres seja realmente boa. Na vida dos homens, essa nova conscientização deve começar bem cedo e, sendo mãe de dois meninos, a apresentadora Fernanda Lima falou sobre a responsabilidade que ela e as outras mães têm sobre as mulheres da próxima geração: “Me pergunto sobre isso todos os dias, porque as mulheres, de alguma maneira, já vêm criando essa sintonia. O assunto tem sido discutido em todas as mídias e isso é maravilhoso. Agora, e os homens? A gente precisa encontrar uma maneira de chamar esses caras sem declarar guerra a eles para não piorar a situação. A responsabilidade de mães de meninos hoje é enorme, porque envolve o que falar, como falar e pequenos detalhes que estão inseridos na nossa cultura e a gente não se dá conta agora, mas que ali na frente podem virar a pressão, a violência. É difícil fazer um manual de educação de meninos e é normal não querer tirar a espontaneidade da criança, mas é assim que a gente tem que começar a dar sinais de que não vamos mais aceitar determinados comportamentos. Esse assunto não pode ser esquecido: é a maneira como a gente vai encaminhar esses meninos pra vida”.

A THE BODY SHOP É PARCEIRA NA LUTA CONTRA O ESTEREÓTIPO DE MULHER MARAVILHA

A diretora de marketing da The Body Shop, Karina Meyer, também estava presente nesse Talk Show e falou um pouco da responsabilidade das marcas de beleza em não reforçar o estereótipo da mulher perfeita que pode tudo: “Muita gente acha que, em 2018, não é mais necessário discutir o feminismo, mas esse assunto está só começando. A gente recebeu uma campanha global da The Body Shop recentemente que fala sobre mulheres fortes e depois de muita discussão, chegamos à conclusão de que é necessário falar de força feminina, sim, mas decidimos abordar uma força sem superpoder. Está tudo bem não dar conta de tudo e dizer que agora não vai dar, que eu vou me afastar. A responsabilidade que a gente sentiu como marca foi puxar essa mulher para a conversa e não criar um estereótipo do que é essa mulher forte: saímos do sexo frágil para uma demanda excessiva, para algo que a gente não precisa ser. Caminhando juntas, com sororidade, a gente pode – de fato – conseguir que a mulher faça tudo o que ela faz e não se sinta sobrecarregada”.

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