Ai! Se sêsse!…

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Literatura de Cordel

Severino de Andrade Silva (Itabaiana/Paraíba 1904. Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 1965), mais conhecido como Zé da Luz, foi um alfaiate de profissão e poeta popular brasileiro.

Naturalidade: Itabaiana – PB
Nascimento: 29 de março de 1904 / Falecimento: 12 de fevereiro de 1965
Atividade artístico-cultural: Poeta popular.
Poesias de sua autoria: Brasi caboco, A cacimba, As flô de Puxinanã, Ai! Se sêsse, A terra caiu no chão, Confissão de Cabôco, entre outros.

Severino de Andrade Silva foi “alfaiate de profissão”. Um dos maiores poetas populares do Brasil. Mais conhecido como Zé da Luz, marcou o imaginário nordestino com a genialidade de seus poemas foi comparado ao também “poeta matuto” Patativa do Assaré.

Suas poesias são declamadas nas feiras, nas porteiras, na beirada das estradas, nas ruas e manguezais, se encontra na boca do povo, de quem tomou emprestada a voz, para dividi-la em forma de rima e verso.

Seus poemas têm a cor, o cheiro e o sabor do Nordeste. Às vezes trágico, e em muitas vezes bem-humorado. Quase sempre telúrico como a luz do sol do agreste.

Zé da Luz é tido como um dos realizadores da poesia matuta, ele consagrou-se no folheto e na cantoria, também mostrou sua força diante da poesia tida como erudita. Por vezes, ele foi reverenciado como um poeta que trouxe na sua poesia, as vozes caladas do sertão, de Itabaiana e da Paraíba.

Com esta perspectiva de enaltecer a sua terra natal, expôs sentimentos de saudades, de homem forte, daquele que tem a coragem de mostrar publicamente, em versos; críticas sociais.

O paraibano Zé da Luz foi caracterizado como um autor que apresenta aspectos do romantismo, do lirismo, buscando, para além da crítica, uma estética para a sua construção literária.
 Confira um trecho de Brasil Caboco:
 

O que é Brasí Caboco?
É um Brasi diferente
do Brasi da capitá.
É um Brasi brasilêro
sem mistura de instrangero,
um Brasi nacioná!

Zé da Luz, Ai! Se sêsse!…

Se um dia nós se gostasse;
Se um dia nós se queresse;
Se nós dois se impariásse,
Se juntinho nós dois vivesse!
Se juntinho nós dois morasse
Se juntinho nós dois drumisse;
Se juntinho nós dois morresse!
Se pro céu nós assubisse?
Mas porém, se acontecesse
qui São Pêdo não abrisse
as portas do céu e fosse,
te dizê quarqué toulíce?
E se eu me arriminasse
e tu cum insistisse,
prá qui eu me arrezorvesse
e a minha faca puxasse,
e o buxo do céu furasse?…
Tarvez qui nós dois ficasse
tarvez qui nós dois caísse
e o céu furado arriasse
e as virge tôdas fugisse!!!

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Fatos também tirados de: https://www.paraibacriativa.com.br/artista/ze-da-luz/ e da Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Z%C3%A9_da_Luz

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