Fazer arte num país onde a situação para a cultura não é nada boa, já é difícil. Imagina fazer uma arte que já vem coberta de muitos preconceitos.
É assim que nosso entrevistado leva a vida, numa corda bamba.
Malafah Rap. Um nome de batalhador.
Tá, o que são batalhas e o que um batalhador faz?
Há dois tipos de batalha de rap: a do conhecimento e a de sangue. Na primeira, os MCs têm que desenvolver as rimas a partir de temas que podem ser pré-estabelecidos pelos organizadores ou escolhidos pela plateia no momento do evento. Já na segunda, os MCs devem atacar verbalmente o seu adversário. Ambas são duelos de improvisação. Leia mais aqui
Fiz algumas perguntas para o Malafah Rap, eu queria saber como funciona o pensamento de um batalhador.
PB – Nome artístico?
MR – Malafah Rap
PB – Quando você descobriu o rap e o que fez você olhar para essa arte?
MR – Descobri o Rap quando era mais novo. O que me fez olhar pra essa arte foi a forma com que o rap expõe pensamentos, problemas culturais, preconceitos, e muitas outras barreiras através da rima, da poesia.
PB – Existe aquela batalha que foi inesquecível para você? Por quê?
MR- Existe sim, a primeira batalha da minha vida e logo em uma batalha que aconteceu pela primeira vez e que hoje é sucesso, o grande sonho de consumo dos Mc’s da região é estar batalhando nela, chama-se B.V.O. ( Batalha do velho oeste ).
PB – Nas suas batalhas, qual a causa social mais discutida?
MR – Muitas das batalhas são mais de sangue, gastação com o adversário, mas já houve várias batalhas de conhecimento também, na qual é colocado um tema em questão na sociedade e os Mc’s fazem rimas referentes a esse tema.
PB – O que te revolta enquanto cidadão/artista?
MR – Como cidadão a impunidade, como artista, o preconceito com o rap que para alguns da sociedade é visto com maus olhos.
PB – O que te faz sorrir de verdade?
MR – O que me faz sorrir é o amor, a paz, a harmonia.
PB – Deixa pra nós uma palavra de rapper?
MR – Vou deixa um refrão de uma música minha ” Então me deixe só, que eu preciso pensar “
Crédito das fotos: Matheus Siri