A revista Pau Brasil era publicada bimestralmente e falava sobre Ecologia e Cultura. Charmosa, inteligente, crítica e corajosa, foi um expoente cultural nos anos 80/90.
O exemplar do qual tirei a matéria com um conto de Lygia Fagundes Telles, é o de número 11. Ano II – Mar/Abr/1986 – pág.23.
Esse texto foi publicado há trinta e três anos atrás. Lygia continua sendo uma das maiores escritoras brasileiras de nosso tempo.
Livros mais conhecidos e lidos de Lygia:
Romances:
Ciranda de Pedra, 1954, Verão no Aquário, 1964, As Meninas, 1973,
As Horas Nuas, 1989.
Contos:
Porão e Sobrado, 1938, Praia Viva, 1944, O Cacto Vermelho, 1949, Histórias do Desencontro, 1958, Histórias Escolhidas, 1964, O Jardim Selvagem, 1965 entre tantos outros.
A obra lygiana constitui-se de quatro romances, 20 livros de contos, algumas crônicas, participações em antologias e coletâneas. Com publicações de sucesso no exterior, teve seus livros lançados em diversos países: Portugal, França, Estados Unidos, Alemanha, Itália, Holanda, Suécia, Espanha e República Checa, entre outros, com obras adaptadas para a televisão, teatro e cinema. Numa publicação, o Huffpost Brasil listou os livros As Meninas, Ciranda de Pedra, Verão no Aquário, Antes do Baile Verde e A Disciplina do Amor como as obras que mostram que Lygia é um ícone literário.
Prêmios
Ao longo de sua carreira, Lygia recebeu importantes prêmios literários nacionais e internacionais, como o Prêmio Camões; o Prêmio Jabuti na categoria de Contos e Crônicas em 1966, 1996 e 2001 e na categoria Romance em 1974; o Prêmio Coelho Neto; o Grande Prêmio Internacional Feminino para Estrangeiros na França, em 1971; e o Troféu APCA em 1973, 1980, 2000 e 2007. No dia 13 de outubro de 2005, escritora recebeu o Prêmio Camões, o mais importante da literatura em português, na cidade do Porto, no norte de Portugal, país que disse amar profundamente e onde afirma possuir antigas raízes familiares. O ato solene contou com a presença dos então presidentes do Brasil e Portugal, Luiz Inácio Lula da Silva e Jorge Sampaio, respectivamente, onde Lula agradeceu a contribuição da escritora à cultura brasileira e à língua portuguesa através de uma linguagem que definiu como “iluminada”. Ela recebeu cem mil euros da premiação. Em 2015, venceu o Prêmio Cultura da Fundação Conrado Wessel e ganhou trezentos mil reais.
Em 2016, mais de 30 anos depois da última indicação brasileira, a escritora tornou-se a primeira mulher brasileira a ser indicada ao prêmio Nobel de Literatura. Logo após a publicação dos nomeados, o crítico Marcelo Gouveia, do Jornal Opção, notou que, apesar do talento de Lygia, seria pouco provável ela ganhar porque, além do eurocentrismo, a lista de premiados também é marcada pela supremacia da presença masculina. A escritora também demonstrou consciência total desta realidade: “Como eu digo no texto sobre o meu processo criativo, sou uma escritora do Terceiro Mundo, uma escritora engajada nos horrores das diferenças sociais, uma escritora num país de miseráveis e analfabetos. […] Aqui, os que sabem ler, não leem. Os que compram livros também não leem. […] Fala-se muito em prêmios. Ora, os prêmios… Escrevemos numa língua desconhecida. Desprestigiada. Não somos lidos nem na América Latina, quem nos conhece na Venezuela? No Chile? Na Colômbia? [..] Participei em Cáli de um encontro da nova narrativa sul-americana, fui para falar do meu trabalho. E acabei informando ao público de escritores sul-americanos que a nossa língua era o português. Português? Sim, português com estilo brasileiro.”
Informações sobre as obras de Lygia Fagundes Telles em sua maior parte, excetuando-se as imagens, foram retiradas da Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lygia_Fagundes_Telles#Lista_de_obras