No dia 15 de Agosto de 1969, começava o primeiro dia dos shows de Woodstock, o festival da paz e do amor. Eu tinha 5 anos e nem imaginava que um dia estaria falando sobre isso.
15 de agosto marca o 50º aniversário do primeiro dia da Woodstock Music & Art Fair, uma “Exposição Aquariana” prometendo “3 Dias de Paz & Música”, e entregando não só isso, mas a reunião definitiva da geração hippie – 32 atos se apresentando para meio milhão de jovens adultos, sem nenhum incidente de violência ou distúrbios. Tentativas subseqüentes de repetir a façanha, de Altamont ao Festival Erie Canal Soda Pop até a reunião do 30º aniversário de Woodstock, foram boatos notórios, o que pode fazer com que o original tenha visto sua reputação reforçada pelos anos que passaram.
Para marcar essa comemoração de meio século, a Reel Art Press está lançando Woodstock: 3 Days of Peace & Music , um novo livro oficial de mesa de café celebrando o festival, criado com a participação do co-fundador e co-fundador do festival, Michael Lang (se você viu o documentário, ele é o sujeito de fala suave no colete, na motocicleta). Lang abriu seus arquivos, fornecendo notas originais, desenhos, listas de itens e muito mais; esse efêmero é complementado por fotografias da construção, preparação, performances e destruição do evento. Veja no site: http://flavorwire.com/617828/knockout-images-from-the-original-woodstock-festival/8
Outras notícias:
O Festival de Woodstock surgiu dos esforços de Michael Lang, John P. Roberts, Joel Rosenman e Artie Kornfeld. Roberts e Rosenman, que entrariam com as finanças, colocaram um anúncio sob o nome de Challenge International, Ltd., no New York Times e no Wall Street Journal (“Jovens com capital ilimitado buscam oportunidades de investimento legítimas e interessantes e propostas de negócios”). Lang e Kornfeld responderam o anúncio, e os quatro reuniram-se inicialmente para discutir a criação de um estúdio de gravação em Woodstock, mas a ideia evoluiu para um festival de música e artes ao ar livre.
Mesmo considerado um investimento arriscado, o projeto foi montado tendo em vista retorno financeiro. Os ingressos passaram a ser vendidos em lojas de disco e na área metropolitana de Nova York, ou via correio através de uma caixa postal. Custavam 18 dólares (aproximadamente 75 dólares em valores atuais), ou 24 dólares se adquiridos no dia. Aproximadamente 186.000 mil ingressos foram vendidos antecipadamente, e os organizadores estimaram um público de aproximadamente 200.000 mil pessoas. Não foi isso que aconteceu, no entanto. Mais de meio milhão de pessoas compareceram, derrubando cercas e tornando o festival um evento gratuito.
Este influxo repentino provocou congestionamentos imensos, bloqueando a Via Expressa do Estado de Nova York e eventualmente transformando Bethel em uma “área de calamidade pública”. As instalações do festival não foram equipadas para providenciar saneamento ou primeiros-socorros para tal multidão, e centenas de pessoas se viram tendo que lutar contra mau tempo, racionamento de comida e condições mínimas de higiene.
Jimi Hendrix foi o último a tocar no festival. Devido aos atrasos provocados pela chuva no domingo, Jimi subiu ao palco somente às 8:30 da manhã de segunda-feira. O público, que chegara a ser de 400 000 mil pessoas durante o festival, agora somava apenas 30 000 mil. Muitos deles apenas esperavam ver um pouco de Jimi no palco para ir embora durante sua apresentação. Hendrix e sua nova banda, Gypsy Sun and Rainbows (apresentada como The Experience, o que foi corrigido por Jimi), tocou durante duas horas. Sua versão psicodélica para o hino nacional dos Estados Unidos ocupou 3/4 de sua apresentação (sendo seguida por Purple Haze). A canção se tornou “parte do zeitgeist dos anos 1960” por ter sido registrada para a posteridade pelo filme Woodstock. A imagem de Jimi tocando vestindo sua jaqueta de couro branca com contas azuis e franjas e um cachecol vermelho foi, desde então, considerada um momento definidor dos anos 1960.